sexta-feira, 31 de julho de 2009

País rompe mais uma barreira à cidadania

Outro dia vi a entrevista do procurador Ricardo Tadeu da Fonseca na TV Paraná Educativa e fiquei animado com a perspectiva de que o país continue a romper mais e mais barreiras à cidadania plena. Fonseca assumiu o cargo desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, tornando-se o primeiro juiz cego do país.

Comentário dele após ser empossado: "Acham que a pessoa com deficiência não é capaz", disse ele ao ser questionado sobre as dificuldades que enfrentou para ser reconhecido na magistratura. Para o juiz, a dificuldade maior não é a falta de visão, mas o desconhecimento que as pessoas têm da deficiência.

Foi muito bom vê-lo discorrer sobre cidadania, legislação, filosofia e outros temas na entrevista que concedeu ao canal paranaense. Não se tratava de assistir a uma 'excentricidade' - como muitos tentam classificar quando veem alguém das minorias alçado à condição dita 'normal', e sim a uma prova de que a igualdade é possível. Para isso é necessário quebrar barreiras, mostrar como isso ocorre e espalhar as boas-novas.

Parabéns e sucesso ao novo juiz!

terça-feira, 28 de julho de 2009

Entrevista na rádio Unesp no ar sexta-feira

Gravei hoje (28) entrevista para o programa Perfil Literário, da Rádio Unesp (Universidade Estadual Paulista). Um papo muito bom com o jornalista Oscar D'Ambrosio, com duração de meia hora, sobre O Saci de Duas Pernas. Discussão sobre diversidade, discriminação e respeito às diferenças.

O programa está previsto para ir ao ar na sexta-feira que vem, 31 de julho. A Rádio Unesp pode ser sintonizada na frequência 107,5 MHZ, em São Paulo. Pela internet, a rádio pode ser ouvida no seguinte endereço: http://radio.unesp.br

sábado, 25 de julho de 2009

O Saci de Duas Pernas na Suécia

Publico abaixo um e-mail enviado pela brasileira Aguimar Gonçalves, que mora na Suécia e conheceu o conteúdo do Saci de Duas Pernas via internet. Ela é mineira e diz que lá na Suécia as ações para a superação dos preconceitos começam na sala de aula. Veja o conteúdo da correspondência eletrônica:

LUTA CONTRA PRECONCEITOS

"Oi, Djair! Bom dia! Parabéns pelo seu trabalho nas escolas como professor contra a discriminaçao. Acho muito bom a escola, professores e alunos se unirem com a intenção de todos colaborarem. Eu moro na Suécia e aqui em algumas escolas os próprios colegas de classe ajudam a combater esse problema. Por exemplo, numa classe alguns alunos se prontificam a fazer parte como "colaboradores" de unirem, ajudar, discutir com outros colegas de classe sobre a importância de não haver preconceitos contra colegas por causa que "ele" ou "ela" é diferente e é mais dificil de se adaptar na classe. Bem, é uma alternativa para tentar diminuir os preconceitos na escola quando os próprios colegas de classe se oferecem para ajudar a combater a discriminação. Bem, é uma boa ideia para colocar em prática. Tenha um bom dia e até mais."

Aguimar Gonçalves
Suécia

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Entrevista na Rádio Unesp dia 28


Recebi convite da Rádio Unesp para entrevista no dia 28 próximo, terça-feira. Participarei do programa Perfil Literário. Conversarei com o Oscar D'ambrosio sobre o livro O Saci de Duas Pernas e como a obra tem conseguido espaço no meio escolar com a temática da diversidade e inclusão.

A Rádio Unesp FM pertence à Universidade Estadual Paulista e fica no centro de SP, pertinho do Anhangabaú. De antemão já agradeço o convite feito pela equipe do Perfil Literário na pessoa do Oscar!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Site Sentidos publica entrevista sobre livro


Recebi hoje o link com a entrevista concedida por mim ao site Sentidos, que também edita a revista Sentidos, especializada em inclusão social para pessoas com deficiência.

O conteúdo das duas publicações está hospedado no portal UOL. Veja abaixo alguns trechos da entrevista.

O Saci de Duas Pernas

O livro de literatura infantil Saci de Duas Pernas dá lição sobre preconceito para as crianças

Escritor fala sobre o preconceito de forma divertida e didática

"Um saci nasce com uma estranha condição: duas pernas! Mas o que poderia ser uma vantagem acaba se tornando um verdadeiro fardo para ele. Os outros sacis e os animais da floresta riem às suas custas e, em muitas situações, o saci de duas pernas acaba sendo excluído. Os coleguinhas de sala, por exemplo, sentem raiva porque ele é o único que consegue pular amarelinha.

Essa foi a forma, divertida e didática, que o escritor Djair Galvão Freire encontrou de apresentar para as crianças questões como o preconceito e as diferenças entre pessoas. De sua experiência como professor em escolas públicas, nasceu o livro O Saci de Duas Pernas, prestes a ter sua segunda edição lançada pela editora Anita Garibaldi.

Na entrevista a seguir o escritor fala sobre a sua obra e a importância de se discutir o preconceito entre as crianças desde a infância".

Por que é importante lidar com a diversidade desde a infância?

É fundamental porque é o único caminho para a construção de uma sociedade que tenha como base o respeito e o crescimento sadios. A família é o núcleo onde o assunto deveria ser insistentemente tratado, pois temos parentes com caras, jeitos, gestos e características diversas. Sempre que os pais são cuidadosos, lidam bem com a diversidade, a chance de uma criança crescer reproduzindo preconceitos é muito pequena, eu diria praticamente nula. Mesmo que ela encontre terreno fértil em outros locais. Claro que cabe à escola fomentar essa cultura de paz, de convivência e de respeito, pois é nela que os futuros adultos passarão pelo processo de formação complementar. E a escola é o ambiente onde a diversidade familiar é ampliada para a diversidade social.

Até que ponto o preconceito interfere na formação e na aprendizagem de uma criança?

Interfere muito, de forma negativa, faz a criança se sentir menor, incapaz, sem condições de ir à frente, e pode também despertar comportamentos agressivos. Isso é ruim para a formação, pois a vida é feita de elementos diversos, a sociedade idem. A aprendizagem é afetada diretamente porque a preocupação de quem sofre preconceito é sempre buscar meios de fugir daquela situação, de mudar, de se "adaptar", ver-se forçado a buscar modelos que não são os reais, e até alterar comportamentos, roupas, estilo, modos de ser e de se apresentar. Isso quando não gera o conflito absurdo de levar a criança a abandonar a escola, no caso das vítimas do chamado "bulliyng" - a intimidação na escola.

O que precisa ser feito para diminuir ou mesmo acabar com preconceito entre as crianças nas escolas?

Precisamos entender que este é um processo longo, que exige persistência e atenção de pais, especialistas, professores, diretores, amigos, da sociedade como um todo. Quanto mais o assunto for abordado, e de maneira transparente, honesta e firme, menos haverá terreno para que ele prolifere no ambiente escolar. Entendo que toda escola deve ter uma política interna, uma pedagogia, definida nesse sentido. Não tolerar preconceitos, não achar que isso é "normal", como achávamos décadas atrás quando crianças eram agredidas por suas diferenças e isso era visto como "brigas de adolescentes". O estado, a escola, a família, as diversas instâncias sociais devem tomar o combate ao preconceito como medida número um. Isso não pode ser visto meramente como atividades que chamamos de "projetos". São atitudes, ações e discussões que eliminem todos os focos de reprodução do preconceito. Para isso, cinema, teatro, literatura, contos, brincadeiras, debates etc são elementos poderosos para a superação desse estágio.

Como os pais podem colaborar nessa questão?

Primeiramente, não sendo preconceituosos ou revendo suas práticas nesse sentido. A escola precisa provocar esse debate com os pais, mesmo que num primeiro momento se viva algum clima de aparente constrangimento. Isso deve ser feito pelo bem dos estudantes, da sociedade, de todos nós. Em casa, claro, a família é responsável por ampliar esse debate, se seu compromisso for em não ver o filho envolvido em situações embaraçosas, como o preconceito provoca. Ver TV e discutir com os filhos os conteúdos ajuda muito, provocar o debate e, principalmente, provar com atitudes. Esse é o segredo que todo mundo conhece, mas nem todos aplicam no cotidiano.

É possível incluir, de fato, crianças com deficiência na escola regular?

Não só é possível como é necessário. Não só porque está na lei, mas porque essa convivência provou que acrescenta muito aos dois lados. Crianças que convivem com amiguinhos que se comunicam por meio da Língua de Sinais aprendem um novo código, podem ser estimulados a buscar no outro o que este tem de melhor. Este é, fundamentalmente, o que tento fixar na escolha do Saci de Duas Pernas como personagem do meu livro.

Veja a entrevista completa clicando aqui.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Novas entrevistas

Com o aumento da repercussão do livro, surgem novas oportunidades para entrevistas. Hoje, por exemplo, já fiz contato com as editoras de duas revistas: a Sentidos, especializada em inclusão de deficientes - que também mantém um site sobre o tema - e a Projetos Escolares, editada pela Online Editora. Ambas são de São Paulo.

Novos contatos estão surgindo nos últimos dias. Vou reproduzir ou passar os links nos próximos dias ou quando o material for publicado.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Entrevista para a TV Câmara São Paulo

Já está disponível no YouTube uma entrevista que concedi ao programa Sala de Visitas, do canal TV Câmara São Paulo. Fui entrevistado pelo vereador João Antonio junto com o ilustrador do Saci de Duas Pernas, Altemar Domingos. Nesse formato de programa, os vereadores trazem convidados para falar sobre assuntos diversos.

A entrevista é dividida em quatro partes. Veja abaixo a primeira delas. Na guia da direita do blog tem um link permanente com o programa.



DEMAIS PARTES DA ENTREVISTA - Para ver as outras partes da entrevista é só clicar nos links abaixo:

SEGUNDA PARTE

TERCEIRA PARTE

QUARTA PARTE

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Marketing, ensino e imagem do professor

Matéria do jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira entra na polêmica sobre a atuação de professores em ações de marketing - notadamente em grandes cidades brasileiras. Leia aqui um trecho da reportagem.

Há que se pensar na possível confusão de papéis que pode ocorrer quando o professor assume o papel de "divulgador" de produtos. Pode ser bom para a rede escolar para a qual ele trabalha e para as marcas que ajudará a promover. Já para a sua imagem e sua forma atuação em sala de aula, eis a dúvida.

Como fica o famoso "senso crítico" do professor que for às portas de cursinhos distribuir brindes e outras lembrancinhas?

Boa reflexão!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

RN organizará 440 bibliotecas até 2010


Outra unidade da federação que faz investimentos audaciosos na ampliação do acesso à leitura é o Rio Grande do Norte. O programa Biblioteca Para Todos já implantou 140 novas bibliotecas no ano passado e pretende chegar a 440 unidades até o ano que vem.

O programa atende escolas com matrículas acima de 100 alunos. No total, a ideia é atingir 300 mil estudantes da rede estadual potiguar, segundo informação da Secretaria da Educação e Cultura.

A ação governamental se amplia em praticamente todos os estados brasileiros e é um dos caminhos para o país superar o atraso secular em matéria de leitura.

domingo, 5 de julho de 2009

Ampliação do acesso ao conhecimento


Uma iniciativa governamental que vem dando o que falar é o programa Biblioteca Cidadã, do governo do Estado do Paraná. A administração estadual constrói um prédio de 184 metros quadrados em terreno da prefeitura de cada cidade atendida, treina pessoal, disponibiliza acervo inicial de quase dois mil livros e um telecentro equipado com cinco computadores com acesso à Internet.

Atualmente, o Paraná já tem 68 dessas bibliotecas em funcionamento, mais 32 estão prontas para inauguração e outras 47 em fase de construção. Até 2010, a Secretaria de Cultura daquele estado pretende chegar com o programa a 235 municípios.

Iniciativa mais do que elogiável, pois sabemos o quanto as grandes cidades acabam concentrando equipamentos culturais. A democratização do acesso aos livros e demais formas do conhecimento é um passo importante para ampliar o universo de leitores e de leitoras em qualquer lugar do país.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Confirmado para Bienal do Livro do Rio

A Editora Anita Garibaldi confirmou o lançamento do Saci de Duas Pernas na XIV Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que acontecerá no Riocentro, de 10 a 20 de setembro deste ano.

Será mais uma oportunidade para ampliar a divulgação e venda da obra em outras regiões do Brasil. Irei com o maior prazer!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

A sempre polêmica e atraente Escola da Ponte


O portal UOL traz hoje na seção de Educação uma longa e interessante entrevista com o educador português José Pacheco, conhecido por liderar há mais de 30 anos uma experiência pedagógica polêmica e atraente - a Escola da Ponte, em Portugal. Veja abaixo trechos da entrevista dele, concedida à jornalista Simone Harnick, do UOL:

"Trabalho há mais de 30 anos com escola que não tem aula, série e prova, e dá certo", diz educador português

UOL Educação - Onde mais ocorre o desperdício nas escolas?

Pacheco - O desperdício de tempo também é enorme em uma aula. Pelo tipo de trabalho que se faz, quando se dá aula, uma parte dos alunos não tem condições de perceber o que está acontecendo, porque não têm os chamados pré-requisitos, e se desliga. Há um outro conjunto de crianças que sabem mais do que o professor está explicando - e também se desliga. Há os que acompanham, mas nem todos entendem o que o professor fala. Em uma aula de 50 minutos, o professor desperdiça cerca de 20 horas. Se multiplicarmos o número de alunos que não aproveitam a aula pelo tempo, vai dar isso.

O desperdício maior tem a ver com o funcionamento das escolas. Os professores são pessoas sábias, honestas, inteligentes e que podem fazer de outro modo: não dando aula, porque dar aula não serve para nada. É necessário um outro tipo de trabalho, que requer muito estudo, muito tempo e muita reflexão.

UOL Educação - As famílias não estão acostumadas com escolas que não têm classe, professor ou disciplinas. Querem o conteúdo para o vestibular. Como se rompe com esse tipo de mentalidade?

Pacheco - Pode-se romper mostrando que é possível. Eu falo do que faço, e não de teorias. O que fiz por mais de 30 anos foi uma escola onde não há aula, onde não há série, horário, diretor. E é a melhor escola nas provas nacionais e nos vestibulares. Justamente por não ter aulas e nada disso.

UOL Educação - Por que uma escola que não tem provas forma alunos capazes de ter boas notas em provas e concursos?

Pacheco - Exatamente por ser uma escola, enquanto as que dão aulas não são. As pessoas têm de perceber que não é impossível. E mais, que é mais fácil. Posso afirmar, porque já fiz as duas coisas: estive em escolas tradicionais, com aulas, provas, com tudo igualzinho a qualquer escola; e estive também 32 anos em outra escola que não tem nada disso. É mais fácil, os resultados são melhores.


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