Apontado como o maior sucesso de bilheteria do cinema francês no exterior em toda a sua história, o filme Intocáveis (França, 2012) tem razões de sobra para ser visto. Pela trama bem amarrada, pelo conteúdo e, principalmente, por tocar em questões raciais, de desigualdade social, cultural e visões de mundo díspares sem apelar para a velhas fórmulas que fazem as plateias caírem no choro.
Com interpretações soberbas, uma trilha musical de fôlego e cenários reduzidos a poucos lugares, o fato é que Intocáveis segura o espectador pelo que ele não buscava: as boas surpresas. É a prova de que é possível falar de assuntos delicados sem apelação.
Ao trazer à telona a história de um magnata tetraplégico que contrata um acompanhante imigrante negro, a produção mostrou-se inovadora por não falar de racismo e preconceitos de modo simplório, e sim do despertar de uma admiração mútua entre dois seres tão diferentes. E nem falou de deficiência física como nos acostumamos a ver.
A contratação do acompanhante negro e pobre pelo milionário aconteceu justamente porque o primeiro não via o deficiente com "compaixão" - qualidade que o contratante buscava entre vários candidatos que se apresentaram à vaga. E foi esta escolha que mudou a vida dos personagens para sempre.
Enfim, um filme sensível, inteligente, criativo e muito apropriado para quem precisa aprender melhor a lidar com a diversidade de forma diferente - a partir da simplicidade das relações humanas, independente do estado em que se encontra o outro.
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