O filme Getúlio, do diretor João Jardim, entregou o que prometeu, pois para um personagem do porte de Getúlio Vargas seria preciso uma série como essas que as TVs americanas produzem. O político que marcou profundamente o Brasil no século XX começa a ser apresentado ao grande público nacional com este primeiro recorte no cinema, cuja preocupação maior ficou restrita aos seus últimos dias.
O "Getúlio" que falta, e que certamente ainda virá depois deste, renderá muitas horas de vídeo: o político em início de carreira, o gaúcho de faro estrategista, o oportunista, o ditador, o implacável com os opositores, o nacionalista... Tantos adjetivos quanto maior o tempo observado de sua vida política - do início do século XX até agosto de 1954.
Enfim, o "velho" que começou cedo e deixou uma obra que a ótica conservadora prefere rotular de populismo, mas que precisa ser reconhecida por todos os brasileiros como os primeiros passos que o Brasil deu rumo ao que é e pretende ser. Claro, descontados (e não esquecidos!) as contradições, erros e abusos cometidos "em nome do povo" e, principalmente, do poder. Vale saber que o Brasil era um e tornou-se outro depois dele. Por isso sua marca tão forte no traço da história brasileira, mesmo que se queira negar. Ninguém consegue. Vamos aguardar mais!
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