quarta-feira, 17 de março de 2010

24 Horas e suas 'provocações' pertinentes


Sou fã antigo da série de TV 24 Horas, que tem o agente federal Jack Bauer encarnando o combate dos EUA ao terrorismo. O canal Fox está exibindo a 8ª temporada - a partir de agora tendo como locação a cidade de Nova York.

Descontados os abusos e absurdos das sessões de tortura, 24 Horas tem um roteiro primoroso que toca em pontos cruciais sobre a necessidade de tomada de decisões complicadas na vida. Diria que esse é um lado 'filosófico' da série, pois Bauer sempre está despido de pudores para agir em nome da "salvação do mundo". É como se ele sempre provocasse: "E você, o que você faria no meu lugar?".

Claro que a "guerra ao terror" nem de longe se assemelha aos conflitos do dia-a-dia das grandes cidades, cujos crimes são, em grande maioria, contra o patrimônio e contra a vida humana. O terrorismo é um inimigo sem pátria, que busca atingir seus objetivos sem objetivar, necessariamente, o lado econômico-financeiro. Em dados momentos, usa discursos de estados, de grupos ou de organizações para atingir seus objetivos ou atingir o que considera "inimigos". Nada disso tira seu status de "crime contra a humanidade".

Nas nossas metrópoles, episódios diários de barbárie são registrados em nome de causas variadas, provocando pavor e indignação coletivas - vide crimes como esse contra o cartunista Glauco e seu filho ou a morte da menina Isabella Nardoni. São, guardadas as devidas proporções, ações de 'terror', que sempre levam a sociedade a refletir sobre suas escolhas e erros.

Continuarei a ver esta temporada de 24 Horas com a certeza de que as escolhas de Jack Bauer sempre serão difíceis, embora já saiba que ele as tomará com o sangue frio habitual. E que vai continuar nos provocando: "O que você faria?".

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