domingo, 17 de maio de 2009

A crise da imprensa de papel


"Bem-vindo ao deserto do real", diz o personagem Morpheus a Neo, no primeiro filme da trilogia Matrix, um marco do cinema que aborda a assustadora transformação do mundo por conta do crescente domínio das máquinas.

Não é que o mesmo poderia ser dito a uma parcela do jornalismo escrito? A julgar pelos passos dados por algumas das mais tradicionais publicações da imprensa diária do mundo, o processo de 'desertificação' da informação em papel está em curso e não terá volta.

Na Europa e nos Estados Unidos, principalmente, várias publicações estão migrando para o chamado 'ambiente digital', onde os jornais só terão vida em telas, mantendo, claro, seus conteúdos, colunas e tudo o mais. Simplesmente não terão mais suas versões impressas, o que não quer dizer que os leitores não o farão toda vez que quiserem ler os textos ou manipulá-los fora do mundo das telas.

O mais recente anúncio de migração aconteceu nos EUA, onde o diário Tucson Citizen, com 150 anos de circulação, bandeou-se para o lado dos computadores. Grandes jornais e revistas já sinalizam que irão pelo mesmo caminho - o The New York Times se prepara a todo instante para o momento final.

Eis aí uma tendência que muitos achavam catastrófica, mas que se firma com o desinteresse crescente dos leitores pelos textos em papel. Vale acrescentar que esse desinteresse pode ter, também, componentes como a queda da credibilidade de alguns jornais. Mais na frente isso será medido. Por enquanto, a maioria ainda terá os jornais em papel, e ainda por uns bons longos anos, para sossego de quem adora a leitura nas folhas cheias de tinta e de saudosismo dos textos dos jornalões.

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