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Dediquei parte do dia de ontem a um contato com três turmas de professores de duas escolas municipais de Itaquaquecetuba, cidade da região do Alto Tietê que faz divisa com o extremo leste da Capital. Fui recebido nas escolas José Marinho Ferreira e Maria Cristina Diniz e notei que cresce cada vez mais o debate sobre inclusão e diversidade no meio de quem lida com essas questões no dia-a-dia escolar.
As equipes pedagógicas e os professores se dedicam a encontrar caminhos, projetos e ideias para esse desafio que é ter em sala alunos em condições muito diversas. Não existe um só tipo de pessoa que frequenta os bancos escolares com o que se convencionou chamar de "necessidades especiais", e sim uma gama de condições, que vão das deficiências físicas, visuais, intelectuais às que sofrem com traumas, desajustes familiares e também desníveis socioeconômicos, dentre outros.
Ouvi mais e mais relatos sobre crianças com diferentes reações comportamentais. Não é raro ouvir de professores e especialistas o quanto surgiram estudantes que são vítimas de tratamentos medicamentosos, alguns dos quais podem ter comprometido determinadas funções cognitivas - e isso é um componente a mais para que os professores consigam realizar um bom trabalho em sala de aula. Me parece que ainda inexiste um contato entre médicos e professores para um acompanhamento da evolução desses pequenos pacientes e também para ajudar na solução de problemas apresentados após as consultas ou medicações.
É bom perceber que o debate é cada vez maior e que se busca uma melhor compreensão e uma formação constante na área. Ponto para a educação inclusiva, que no Brasil começou na contramão e experimenta avanços significativos por conta de algumas políticas públicas e, principalmente, pelo esforço de equipes pedagógicas e de professores em escolas de várias partes do país. Falta muito, pois é fácil notar que sequer condições de acessibilidade foram garantidas para muitos locais onde estive.
Os debates que realizo sobre a temática do livro me proporcionam o acesso a esse campo que tanto merece atenção na atualidade. Aprendo a cada contato, a cada conversa. Ontem foi mais um dia de aprendizado. Por isso agradeço às equipes das referidas escolas e aos professores pela receptividade e pela participação nas nossas conversas sobre inclusão e diversidade.
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